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Foto do escritorNicola Diocedo

Demência Vascular

A demência vascular é o segundo tipo de demência mais frequente, após a Doença de Alzheimer, e está associada à doença cerebrovascular.


A demência vascular é o segundo tipo de demência mais frequente, após a Doença de Alzheimer, e está associada à doença cerebrovascular. As manifestações clínicas podem aparecer alguns meses após um Acidente Vascular Encefálico (AVE) ou pode ser diagnosticada por alterações abruptas da função cognitiva ou por déficits cognitivos em “degraus”, ou seja, com períodos de estabilização e outros de declínio.

De modo geral o comprometimento cognitivo é menor na demência vascular, se comparado à Doença de Alzheimer, mas depressão e comprometimentos funcionais são mais frequentes.Distúrbios de marcha e equilíbrio, mudanças de temperamento, mudanças de humor e urgência urinária reforçam o diagnóstico de demência vascular, mas os sintomas variam de acordo com a área vascular cerebral afetada. Podem ocorrer também alterações da memória, da linguagem, alucinações e delírios.

O diagnóstico da demência vascular é predominantemente clínico e é importante procurar um neurologista. O médico realiza o exame neurológico e avalia alterações cognitivas, comportamentais e funcionais. Exames laboratoriais e de imagem, como ressonância magnética, tomografia computadorizada edosagem de proteínas complementam a investigação diagnóstica e podem excluir outras causas das manifestações clínicas.

Estudo recente analisou a frequência de lesões neurodegenerativas e vasculares em 1092 idosos brasileiros e mostrou que 44% dos idosos avaliados apresentavam alterações neuropatológicas e destes, 50% tinham Doença de Alzheimer e 35% tinhamdemência vascular, taxa superior à encontrada em outros países. A elevada prevalência de demência vascular em idosos brasileiros pode estar relacionada às dificuldades de acesso da nossa população aos cuidados básicos de saúde e consequentemente ao controle ineficaz dos fatores de riscos cerebrovasculares. Esse mesmo estudo indicou que maior quantidade de lesões cerebrais esteve associada à pior função cognitiva e maior sobrecarga de sintomas neuropsiquiátricos.

Assim, vale lembrar que os principais fatores de risco da demência vascular são evitáveis: hipertensão arterial, aterosclerose/hipercolesterolemia, diabetes e tabagismo. Doenças que podem ser evitadas ou controladas por meio de um estilo de vida saudável, cuidando da dieta, evitando o cigarro e praticando exercícios físicos regularmente.

Referências

  1. Parmera JB, Nitrini R. Demências: da investigação ao diagnóstico. RevMed (São Paulo). 2015;94(3):179-84.

  2. Gallucci NJ, Tamelini MG, Forlenza OV. Diagnóstico diferencial das demências. Rev. Psiq. Clín. 2005;32(3): 119-130.

  3. Pessoa RMP, Faria SM, Morais D, Chagas MHN. Da demência ao transtorno neurocognitivo maior: aspectos atuais. Revista Ciências em Saúde 2016;6(4).

  4. Suemoto CK, Ferretti-Rebustini REL, Rodriguez RD, Leite REP, Soterio L, Brucki SMD, et al. Neuropathological diagnoses and clinical correlates in older adults in Brazil: A crosssectional study. PLoSMed 2017;14(3): e1002267


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